Da Mensagem do Papa Francisco para o 48.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
“A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas”.
“Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona”. “Neste mundo, os media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna”. “Hoje, corremos o risco de que alguns media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real”, alerta, criticando ainda a comunicação que visa “induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas”. Nesse sentido, convida os media a uma “solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura”.
A mensagem elenca alguns “aspetos problemáticos” das Comunicações Sociais, sublinhando que “a velocidade da informação” supera a “capacidade de reflexão e discernimento” ou que “o desejo de conexão digital” pode acabar por “isolar” de quem está mais. “Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica”, precisa o Papa.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes.