sábado, 9 de agosto de 2014

Assunção de Nossa Senhora

No final da Constituição sobre a Igreja, o Concílio Vaticano II deixou-nos uma meditação belíssima sobre Maria Santíssima. Destaco apenas as expressões que se referem ao mistério que celebramos hoje. A primeira é esta: «A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha de culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha» (Cost. dogm. Lumen gentium, 59). Em seguida, perto do final do documento, encontramos esta expressão: «A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que há de se consumar no século futuro, assim também na terra brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor» (ibid., 68).

Acolher os refugiados

Como afirmou o Papa na homilia proferida na ilha de Lampedusa, em 8 de Julho do ano passado: «Ninguém se sente responsável por este drama. Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna; caímos na atitude hipócrita do sacerdote e do levita de que fala Jesus na parábola do Bom Samaritano».
Nesta mesma homilia, o Santo Padre chega a falar da «globalização da indiferença». Com efeito, a atitude mais comum em relação àqueles que pedem asilo numa nação diferente da sua é uma atitude hostil. São vistos como alguém que vem competir com o trabalho de cada um, obter terras e bens públicos, como criminosos que atentam contra a segurança social. Tudo isto constitui um atentado contra os direitos dos refugiados. Se a hospitalidade representa sempre um valor profundamente humano que reconhece no outro um semelhante a atender e respeitar, muito mais ainda representa para o cristão: «Era estrangeiro e tu me acolheste» (Mt 25, 35). O cristão deve ver em cada refugiado outro Cristo, a ser acolhi-do e respeitado e ao qual devem ser prestados todos os auxílios de que necessita.